O que é?
Também conhecida como cirurgia da obesidade, ou popularmente conhecida com “cirurgia de redução de estômago” é um impressionante aliado no combate e controle da obesidade.
Tamanho do problema:
A obesidade é um importante problema de saúde mundial.
Segundo a OMS, Organização Mundial de Saúde, a obesidade é um dos mais graves problemas de saúde que temos para enfrentar. A projeção é que em 2025, cerca 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estarão acima do peso, caracterizando o sobrepeso. Desse total, 700 milhões de indivíduos, estarão com obesidade, isto é, com um índice de massa corporal (IMC) acima de 30.
No Brasil, essa doença crônica aumentou 67,8% nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 19,8% em 2018. Em números absolutos, cerca de 40 milhões de brasileiros estão obesos. Se pegarmos o percentual de brasileiros acima do peso, considerando o IMC acima de 25 esses números sobem para impressionantes 55,7% da população. Cerca de 100 milhões de brasileiros.
O enfretamento da obesidade é uma difícil tarefa, tanto para os profissionais de saúde, quanto para os pacientes. Por ser uma doença multifatorial, é importante que seja combatida em várias frentes.
Nesse contexto, a cirurgia bariátrica entra como um importante aliado nesse combate.
A obesidade leva ao aparecimento ou agravamento de várias doenças, dentre elas destacam-se: as cardiovasculares, pulmonares, osteoarticulares, endocrinológicas, ginecológicas, psicológicas dentre outras. Essas doenças são as chamadas comorbidades.
Quem pode fazer?
A cirurgia bariátrica é indicada para os pacientes que apresentam obesidade há pelo menos 5 anos, além desses pacientes não terem obtido sucesso na perda de peso por métodos não cirúrgicos, como dieta, atividades físicas, uso de medicamentos, sempre com acompanhamento médico especializado, há pelo menos 2 anos consecutivos.
Atendendo esses parâmetros, o paciente candidato a cirurgia da obesidade, terá que possuir um IMC entre 35 e 40 kg/m2, nesses casos é obrigatório a comprovação da presença de pelo menos uma comorbidade, por exemplo: hipertensão arterial, diabetes, infertilidade, esteatose hepática (gordura no fígado), apneia do sono, dentre outras.
Para os pacientes com IMC acima de 40 kg/m2, independentemente de apresentarem comorbidades, e, respeitando o tempo de obesidade de pelo menos 5 anos e falha do tratamento clínico com acompanhamento médico especializado por pelo menos 2 anos, já se enquadram para a indicação do tratamento cirúrgico da obesidade.
Tipos de Cirurgia
As técnicas cirúrgicas utilizadas pelo cirurgião na cirurgia bariátrica, vai depender da avaliação do paciente pelo cirurgião. Através de uma história clínica, exame físico e exames complementares o cirurgião bariátrico indicará a melhor alternativa cirúrgica levando esses dados em consideração. Obviamente, que será discutido com o paciente as alternativas.
Hoje, no Brasil e no mundo, as técnicas aprovadas para utilização são principalmente o By-pass Gástrico (Cirurgia de Fobi-Capella) e a Gastrectomia Vertical (Sleeve). A cirurgia bariátrica é também conhecida como Gastroplastia, como o nome já sugere, a cirurgia propicia uma “plástica”, reduzindo o tamanho do estômago do paciente obeso.
Esses procedimentos são classificados em Cirurgias Mistas (componente restritivo e disabsortivo) e Cirurgias Restritivas (apenas componente restritivo).
A Gastrectomia Vertical (Sleeve) é um procedimento exclusivamente restritivo. Realiza-se uma “plástica” no estômago reduzindo o seu volume em aproximadamente 80-90%. Dessa forma o volume de alimento que cabe nesse órgão diminui na mesma proporção.
O By-pass gástrico, além de reduzir o tamanho do estômago em 90% aproximadamente, realiza-se um desvio intestinal, fazendo com que o alimento tenha uma superfície de absorção intestinal também reduzida. Esse procedimento é o procedimento considerado “padrão ouro”.
A Banda Gástrica Ajustável representa hoje menos de 1% dos procedimentos realizados no país e praticamente se encontra abandonada.
Apesar de não promover mudanças na produção de hormônios como o bypass, essa técnica já é realizada há muito tempo. Tendo sua eficácia relatada durante os anos iniciais.
Nessa técnica é colocado um anel de silicone inflável e ajustável ao redor do estômago, que aperta mais ou menos o órgão, tornando possível controlar o esvaziamento do estômago. E uma técnica puramente restritiva e tem contra ela a presença do anel, que é uma prótese, e nessa situação específica pode causar a qualquer momento problemas e complicações decorrentes de sua presença na cavidade abdominal. Está sendo abandonada, justamente pela alta incidência de problemas relacionados a essa prótese.
A Derivação Bilio-pancreática (Duodenal-switch)
É um procedimento, no qual o cirurgião, associa uma gastrectomia vertical a uma derivação intestinal. Nesse procedimento, uma porção maior do estômago é preservada (aproximadamente 40%), entretanto é realizado um desvio intestinal maior, diminuindo a superfície de absorção dos nutrientes. É reservada a casos específicos e dificilmente é considerada como primeira opção de tratamento cirúrgico.
Do ponto de vista de eficiência e tempo de perda de peso, espera-se que entre o 1º e o 2º ano após a cirurgia o paciente perca em média 40-50% do peso inicial.
A Cirurgia Bariátrica Revisional, pode ser indicada por diversos fatores:
Essas são as causas mais frequentes de realização de cirurgia revisional. Entretanto, outras condições também podem necessitar de uma revisão cirúrgica.
Nesses procedimentos em que é realizada uma revisão de algo já realizado, é sempre uma situação mais complexa do que a cirurgia primária.
A cirurgia robótica, chegou para auxiliar principalmente nessas situações. Ajudando significativamente na eficácia e segurança desses procedimentos, que também podem ser realizados por videolaparoscopia, com algumas restrições, relacionados ao método.
Sempre há um risco maior nessas abordagens. Poder contar com um cirurgião com experiência e uma equipe treinada e especializada nessas situações, faz toda diferença.
Por onde começar?
O paciente, candidato a cirurgia e preenchendo os critérios de indicação, deverá ser avaliado no pré-operatório por equipe multidisciplinar, incluindo: cirurgião, endocrinologista, psicólogo/psiquiatra, nutricionista, cardiologista, anestesista e outras especialidades a depender das comorbidades, como: pneumologista, ortopedista, ginecologista e etc.
Importante saber
A cirurgia, não é um método milagroso para o emagrecimento. É necessário que o paciente também contribua para atingir a perda de peso, colocando em prática todas as orientações da equipe multidisciplinar. É necessário mudança dos hábitos alimentares incorretos e uma reeducação alimentar, só assim o tratamento terá sucesso. Sem esquecer de práticas de atividades saudáveis como exercícios físicos.
Após a cirurgia o paciente passará por uma restrição alimentar bem radical, principalmente nos 2 primeiros meses de cirurgia, pois o estômago operado, ainda está cicatrizando.
A cirurgia bariátrica, como em qualquer procedimento cirúrgico, não é isenta de complicações. Por isso, é necessário procurar um cirurgião especialista nesse tipo de cirurgia. Só o cirurgião especialista poderá avaliar a melhor estratégia cirúrgica e realizar o pré e pós-operatório adequado a fim de diminuir os riscos de complicações.
Para saber se o seu cirurgião é especialista em cirurgia bariátrica, você pode consultar diretamente no site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, clicando na logo da SBCBM:
Acessando o meu canal no Youtube você pode assistir a uma cirurgia bariátrica por vídeo-laparoscopia pela técnica By-pass, link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=Y4MCZMUnmdU
ATENÇÃO: Em toda cirurgia complicações inerentes a cada intervenção devem ser consideradas. Converse com seu cirurgião sobre as possíveis complicações e riscos relacionados a cirurgia e outras opções de tratamento, quando houver
Estou sempre pronto em atender com profissionalismo e ética. Se gostou da forma como fazemos medicina, estamos te esperando.